segunda-feira, 23 de março de 2009

novelo da vida

Olhar para trás e ver o que já passou... Sentir o vento bater-me no rosto e as lágrimas salgadas percorrerem-no. Num livre e suave gesto levo a mão á cara e limpo-as.

Vivemos todos dentro de um grande novelo. Sim, vivemos. O da tua vida rebola com vez mais intensidade, estás a perder-los. Os amigos que sempre estiveram contigo. Estás a perde-los. Promete-me que nunca te perderás a ti. Porque o que mais importante que existe nesse novelo és tu. Ser que sempre foi tanto para mim. Eu sempre fui pegada a ti, eu sempre procurei sentir-te junto de mim. Ao pé de mim.
Ao olhar para tras revejo o tempo, o nosso tempo. Tu davas-me a mao e percorriamos todos os caminhos juntos. De mão dada. Sorrindo.
O céu era azul e nem a chuva me dava frio, porque os teus braços abraçavam-me logo ao primeiro arrepio.
E gosto de ti. Gosto de ti como se fossem os nossos tempos. Porque nada apaga o que fomos. Eu sou ainda parte enorme do que fomos. Nós somos parte do meu crescimento. As tuas maos foram a segurança nas minhas quedas.
Faz com que esse novelo abrande. Pensa. Pára um pouco.
Sonha. Imagina. Revive.

domingo, 22 de março de 2009


"O segredo da felicidade é ter gostos simples e mente complexa, o problema é que a ideia é simples e gostos são complexos".

sábado, 14 de março de 2009

Eu nunca fui pessoa para desistir, mesmo que as coisas ficassem muito mal eu tentava vencer. Mas desta vez não consigo.
És diferente. Não consigo.
Por muito parvo que tenha parecido senti-me perto de ti.
Mas as histórias nem sempre têm de acabar bem, algumas vezes temos de acabar de maneira diferente em vez de um “…casaram e viveram felizes para sempre” podemos ter um “…acabaram e viveram felizes para sempre”.
O problema é que a cada dia que passa, a cada manha espero pelo nosso ‘’felizes para sempre’’ e sinto que ele está tão longe de parecer real.
Por estranho que pareça eu até já tinha delineado um futuro para nós, mesmo a curto prazo, eu tinha-o feito. Era contigo que eu me sentia bem, era contigo que eu sorria mais e melhor, era contigo…
O ‘’nosso tempo’’ foi um bom tempo. Eu fui mais eu, eu mudei, aprendi a ser mais sincero, penso que até comigo mesmo, a mostrar mais o que sou, a demonstrar o que sinto. Não sei como o fizeste, mas gostei da sensação de te sentir presente até na ausência. Hoje, é só ausência. Hoje não passa de um vazio que deixaste em mim. Mas espero que saibas que estou aqui para alguma coisa que precises mesmo depois de teres feito tanta coisa para me magoar. Não consigo ir te contigo e falar-te como antes… Mas tenta tu…
Agora ando á procura de quem me consiga preencher esse vazio, sei que vai ser difícil mas não vou voltar a desistir. Por muita gente que conheça muito poucas me entendem, me aconselham, e não me olham de lado. Sim, também fiquei mal visto por ter acontecido isso… pelo menos foi o que senti. Mas sei que também os meus verdadeiros amigos estiveram ao meu lado para o que acontecesse.
Já passou… E hoje, é com eles que vivo o meu "feliz para sempre".


Rui Tinoco, Patricia Girão.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Bárbarapédia


Talvez comece por pedir desculpa. Tenho medo que de certa forma sintas que nos ''aproveitamos'' de ti. Pedimos sempre coisas, ajuda. Mas sim, nós sabemos que não és uma enciclopédia.

Tenho por ti o maximo de respeito, o topo da admiração.

E sim, obrigada. Mesmo sem te aperceberes tens feito muito. Tenho ainda a imagem de te ver a chorar e perguntar ''o que se passa Barbara?'' e tu como sempre, mantens a postura levantas a cabeça e afirmas, ''foi só um dia mau, Patricia, só um dia mau''. Tenho-te em mim, por isso mas não só, como uma pessoa forte, tão forte.

Amo-te. Estou cá para te ajudar a superar os dias maus.






segunda-feira, 2 de março de 2009

Desabafos I

Cigarro deitado fora e deixado no chão a queimar o que ainda lhe restava. Deixado só, na escadaria cinzenta de pedra, á porta da estação de onde te vi partir.
Tenho ainda em mim a imagem de ti a virar costas e entrar no edificio, enquanto o meu carro se afastava, e eu, olho para trás na esperança de que voltes.
Por partires eu perdi a graça. Eu passei a ser apenas eu. E, a falta que me fazes.
Levanto a cabeça e avalio a sala onde me encontro, com outras 26 pessoas, que não me dizem nada comparadas a ti. Paredes bejes. Agora reparo na parede do lado direito há uma mancha verde, nela. Um verde só, no meio de tanto beje. Talvez aquele verde seja eu. Na verdade, sinto-me aquele verde.
Verde a todos lembra esperança a mim, hoje, é apenas solidão. Sinto-me tão nada a fazer parte de um mundo tão tudo. É nele que crescemos, todos dizem. Mas, a minha perspectiva é de que é ele que nos faz crescer.
Sim, crescemos porque somos obrigados a faze-lo, não por alguém definido, simplesmente pela vida ! SIM, basta ela para nos fazer mudar.
Já á algum tempo que não me sinto forte como em tempos me lembro de ter sido. Hoje, todos os dias caí uma lágrima, porque te deixei escapar sem sequer me aperceber de que o fiz.
Digo-te que crescemos. Criticas-me! Mas sim, não tenhas dúvidas de que crescemos, não da mesma forma, bem sei. Tu não merecias. Sinto-me culpada. Tu própria me culpas. Embora todos me tentem dizer que não a tenho, eu sinto-a. A culpa.
Quero ser forte, outra vez.
Quero deixar de ser mancha verde.
Quero deixar de ser o cigarro na escadaria.