João Afonso Portugal, sei que te lembras que me pedias "nunca me deixes, preciso de ti", mas afinal o safado que partiu foste tu. No entanto, eu sinto-te aqui. Como sempre fui sentindo, nestes anos em que a nossa amizade deixou de ter a visibilidade de antigamente. Na verdade nunca pensei reagir assim à tua partida, porque nunca pus a hipótese da sua ocorrência. Pelo menos agora.
Levei-te uma flor (como muitos outros), à qual eras alérgico... (e acho que te ias rir desse facto). E passei a mão no teu rosto, já frio e pálido, mas senti-te. Senti que não podia deixar de fazê-lo, senti que estes anos, que nos afastamos mais, foram um desperdício de tempo e não queria deixar NADA mais por fazer.
Sabia que TINHA de estar ali e achei também que a minha presença, comprovar que eras tu (porque a esperança de um engano prevaleceu até ao último segundo) iria acalmar-me a dor e encerrar um ciclo. No entanto, a ferida continua bem aberta e parece que carregaram nela. Está a doer tanto agora, e sinto que veio para ficar...
Quando o meu avó morreu, à uns meses atrás, custou muito(!) mas a conformação acabou por chegar... Ele já tinha uma idade, e a doença estava a fazê-lo sofrer demasiado (a ele, e a nós em vê-lo assim). Mas tu, tu és diferente. Tu estavas a viver, tínhamos acabado de entrar na faculdade, tínhamos o mundo nas mãos e um futuro risonho pela frente. MERDA PARA AS MOTAS E OS MUROS, que não te deixaram cumprir a promessa.
E não, TU NÃO MERECIAS nada disto. Tu és (eras, ainda não sou capaz de falar de ti no passado) uma das melhores pessoas que conheço.
Não, NINGUÉM morre aos 18 anos.
Adoro-te, "em qualquer altura em qualquer lugar" <3
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